terça-feira, 24 de novembro de 2009

LOUCA, EU?

Tive a oportunidade de conversar com um autista e você dirá que não é verdade.

A mãe dele não acreditou.

Mas conversei durante alguns instantes.

Até que ela entrasse na sala.

Não tenho conhecimento técnico algum sobre o assunto mas, afirmo seguramente que, no instante da entrada dela no recinto, percebi que o menino que titulavam autista não gostava era do ambiente em que vivia e, assim, se isolava no mundo de seus pensamentos.

Optava por permanecer alheio às respostas.

Não gostava das perguntas e, consequentemente, as ignorava.

Uma rebeldia explícita para com os que estavam ao seu redor.

Contrário senso, não teria respondido normalmente às questões que lhe formulei.

Quantas foram as oportunidades na vida em que deletamos mensagens indesejáveis ou optamos por não responder a perguntas ou comentários que nos fazem.

Digo isto porque, mais uma vez, adquiri fones-de-ouvido para escutar minhas canções prediletas.

Mas, principalmente, para não escutar o que não quero mais ouvir.

Se existisse a opção, desligue o barulho do vizinho da direita e da esquerda, detrás e da frente, a deixaria eternamente acionada.

Sempre tive o hábito, desde a adolescência, de me isolar e, ultimamente, raras são as oportunidades em que me animo a conversar ...

Comecei a perceber também que não é uma questão de afinidade, propriamente.

Outrora ouvi de uma senhora que "não era o que eu dizia" mas, "como eu dizia".

Naquela época fui induzida a concordar com a afirmação.

Atualmente, discordo totalmente.

É o que dizemos, sim.

Melhor, não é o que estamos dizendo mas, o que representa o nosso dizer para o ouvinte.

Se escutei de um professor, a quem tenho muito carinho, que antigamente, os cobradores de impostos batiam de porta em porta, hoje afirmo que os "cobradores de pecados", que nem sabem que o são, dentro de uma conduta ética e moral, voltam para nos relembrar que já não podemos mais errar.

Fui na vida muitas vezes hostilizada "gratuitamente" e não sabia as razões.

Agora eu sei.

Não hostilize seu cobrador.

Na verdade, ele não sabe que é ...

Se hostilizado, não se entristeça.

Ligue seus fones-de-ouvido.

Escute uma melodia.

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