quinta-feira, 5 de novembro de 2009

QUANTOS BOLOS DE FUBÁ TENHO PARA CONTAR!

Houve uma época em que, de braço dado com um namorado, assistia a todos os shows de Sá & Guarabyra.

Todos.

De sexta a domingo.

Questionava-me: "Onde vamos hoje"?

Respondia: Ver o Sá & Guarabyra.

Na comemoração de Dez Anos, fui surpreendida com a aparição do anjo ZÉ ROdrix, em meio à nevoa, para nos prestigiar com os acordes em seu teclado musical.

Um dos espetáculos mais emocionantes que presenciei em minha vida, dentre os muitos que assisti depois.

Recentemente, se não estou enganada, ouvi Guarabyra mencionar em um de seus videos de que "somos sentimento" ou adjetivo semelhante.

Isto me fez relembrar da importância da arte no planeta.

Daquela história que nos é contada quando somos crianças da "Formiga e da Cigarra", conto que repeti ao meu pai ao defender a arte na Bahia.

Falarei bem pouco sobre o parafuso pois, esta é história muito longa.

Quantos discos nós viramos na vitrola!

É que, após escutar Rita Lee e Roberto de Carvalho no Chacrinha, me conscientizei ainda mais das razões que me levaram a virar, virar, virar, virar, ... meu arroz, cereais e legumes na minha predileta panela.

A que, sem a minha autorização, colocaram o mencionado parafuso de 4 ou 5 centímetros.

A primeira vez que não disse não.

Queria minha tampa do jeitinho que estava.

Ah! Que tola!

Ainda dei de presente, um jogo de panelas ... e ... mineiras!

E em razão dos parafusos, não deles propriamente ditos mas, as pessoas que aparecem munidas de um, que vamos encontrando na vida, deixei de ir aos espetáculos de meus ídolos.

De falar, de assistir, de pesquisar, ... sobre eles.

Digamos que deixei de viver a minha própria vida, de expressar meu sentimento para não magoar os que estavam ao redor ou para não parecer ridícula.

E para não parecer ridícula, deixei de falar com Paula Toller na Avenida São Luis em São Paulo na saída do Hotel, com Elba Ramalho e Antonio Fagundes dentro do avião, com Regina Duarte no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, ... com tanta gente que encontrei casualmente.

Sempre acompanhei a carreira de Sá & Guarabyra através dos discos mas, ir aos espetáculos in loco, como dizem os pesquisadores, é outra coisa.

Me dei conta disto muitos anos após!

Argumentadora que sou, de alguns pontos de vista, comecei a fazer uma retrospectiva "Sá, Rodrix & Guarabyra".

Concordo plenamente que "somos sentimento" e isto me lembra Lulu Santos.

Até parece que já escrevi isto antes.

E falando em sentimento, penso no meu primeiro professor, nos clássicos de Ludwig van Beethoven, em Sá, Rodrix & Guarabyra e em como me emocionei ao vê-los juntos da Orquestra Sinfônica da Terra de Rita Lee.

E em como tudo tem uma relação implícita e não percebemos isto.

A relação de um parafuso, do arroz, ... de Beethoven com Sá, Rodrix & Guarabyra ... com a minha vida.

Ou percebemos e não refletimos sobre o sentimento subjetivo do que se lhe apresenta em dado momento.

Como é bom usar jeans.

Não sei se é porque Guarabyra, de um lado tem como genitor, um pastor batista mas, de outro, minha crença em Et's, a impressão que tenho é que eles, também Sá, ao cantarem uma canção romântica, ofertam a voz e os acordes que soam de seus instrumentos ao universo.

Recordo, novamente, Lulu Santos e Gabriel, O Pensador.

Mas lembro de Rita Lee e Roberto de Carvalho.

E a expressão sentimento me faz recordar, acima de jeans ou de refrigerantes, de meu primeiro professor, um grande maestro, e os clássicos que nos ensinava a tocar.

Dos animais que tive.

Uma das lições mais importantes que me ensinou foi exatamente a do sentimento.

A de observar a dedicação do músico em seu instrumento.

Me dizia: "Observe-o tocando! Veja o sentimento que dedica às canções"!

Como que dizendo, "veja como age com as pessoas que aparecem em sua vida".

E foi o que observei em Sá, Rodrix & Guarabyra, Rita Lee, Titãs, Roberto Carlos ...

O sentimento na voz e a dedicação aos instrumentos.

Como reagem às pessoas que os admiram.

Refletindo, agora, a respeito de uma frase recente de Norma Lima, PresidentA do Fã Clube da Rita Lee, sobre a reação da platéia ao término do espetáculo, é que ao sentar para iniciar minha história sobre um pequeno parafuso no diário de Sá, Rodrix & Guarabyra, relembrando os espetáculos que assisti dos artistas, tento relatar com o sentimento de mera ouvinte.

Eu sou apenas uma fã...

Sem pretensão alguma.

Tive Sá, Rodrix & Guarabyra muitas vezes na minha cozinha.

Através de seus discos, fizeram muitas serestas para mim.

Muito obrigada!

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