sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O ESTRANHO CÃO

Ver para crer.

Isto é São Tomé das Letras.

Uma cidade estranha.

Quando penso em ETs, me sintonizo em Minas Gerais.

E Minas Gerais me liga em Rita Lee, Sá & Guarabyra, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Milton Nascimento e em muitos outros.

Mas o interessante é que um dos acontecimentos mais marcantes que aconteceram comigo na cidade vizinha a Três Corações, terra de Pelé, foi um cão.

O animal me seguia por todos os cantos da cidade desde que pisei no Paraíso dos ETs.

Parecia que estava predestinado a me guiar.

E o que me ligou ao cão foram meus pés.

É que pisei em um grande cinzeiro de cristal verde ao me preparar para sair de São Paulo rumo a São Thomé das Letras.

Os amigos de viagem ficaram impressionados com a lesão ocorrida na sola de meu pé.

Totalmente dolorido e enegrecido com a lesão, passei a caminhar descompassadamente.

Mancando, encontrei o cão em São Thomé das Letras rumo à casa piramidal.

Comenta-se que um cientista visitara a cidade mineira e a construiu no ponto mais alto da cidade.

Terminada a sua obra, passou uma noite dentro dela observando o céu mineiro à procura de discos voadores.

Dizem que na manhã seguinte, sem pronunciar frase alguma, o cientista se retirou das terras mineiras.

Nunca mais voltou.

Deixou na cidade, como legado, um dos pontos turísticos mais visitados nos arredores.

Quem a visita, talvez não saiba os efeitos que causa no corpo humano.

De medidas exatas.

Em pleno descompasso, com o pé totalmente machucado, iniciei a subida até a casa piramidal, quando me deparei com o estranho cão.

Amizade à primeira vista.

Durante todo o tempo em que permaneci na cidade, ele me acompanhou.

Como se quisesse me contar os segredos do local.

Entramos na pirâmide.

Pessoas dentro, fora e em seu telhado.

A princípio, achei um local estranho.

Escuro, talvez, pelo clima que não estava muito favorável.

No primeiro dia, permanecemos pouco tempo dentro dela.

Iniciamos a descida até chegarmos à pousada.

Durante a caminhada, o cão sempre em vigilância, me fez perceber que eu não estava mais caminhando com dificuldade.

Não senti mais dor alguma ao girá-lo.

Algumas pessoas comentaram que eu parara de andar em descompasso.

No final da tarde, ao retirar meus sapatos, percebi que meu pé estava completamente curado.

Além de não sentir mais dor alguma, a lesão enegrecida, desaparecera totalmente.

A cor era de pés de uma criança recém-nascida.

O cão sorriu quando fui embora.

Acho que queria me confidenciar outros segredos.

Apesar de sentir vontade de levá-lo, conclui que São Thomé das Letras era sua casa.

Ele deve ter guiado muitos cegos pela cidade...

Comentam que muitas pessoas, desenganadas, visitam a casa piramidal à procura de cura.

Recentemente, encontrei um cinzeiro idêntico exposto em uma prateleira na cidade de Itanhaém.

Lembrei com saudade do meu amigo cão.

Um comentário:

  1. Conheço São Tomé das Letras, região linda, o morro do Papagaio então...
    Não se deve estranhar,apenas não duvidar.

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