Se minhas frases te fizerem lembrar de Raul, Benito di Paula ou de Beto Guedes nos diários de Luiz ou de Guttemberg, pense, é mera coincidência mas, eu vivi a copa do mundo de 70, quarenta anos atrás, tinha oito anos de idade.
Já estive muitas vezes em estádios de futebol para assistir a grandes partidas, as tituladas grandes decisões. A emoção sempre é a mesma ao vivenciar a batida blue rock ecoando nos tambores das torcidas.
Também já fiz peregrinação para Aparecida!
Preparamos uma enorme bandeira em cetim para pendurar na janela do quarto principal do velho sobradinho, no centro dela, uma grande bola, a verde e amarela.
Da janela, estava sempre lá, uma igreja na lateral.
Na garagem, um verde, acham que o fusca.
Não eram apenas Rivelino e Pelé ao lado da seleção canarinho mas, também, o povo brasileiro eletrificando a bola em todos os pés que corriam pelos campos, "olhai os lírios!"
Assisti aos jogos meio cá, meio lá na casa de "Berê".
Nosso desejo era a felicidade de vencer, a da conquista do título, independente de filosofia ou religião. O povo decidiu: "vamos ufanizar!"
Quem viveu a famosa copa do mundo de 70 sabe a que estou me referindo, um inesquecível hino. Não sei se foi a primeira de que me recordo realmente ou porque todos queriam de verdade que o Brasil levantasse a taça mas, daquele jingle, o que decidiu a copa, ninguém esquece.
A cada conquista, uma comemoração, vamos cantar, independente da ditadura militar.
Penso que o hino oficial do país deveria ser modificado ou que nas escolas os professores voltassem a ensinar o conceito de "pulsar o coração".
Quando levantamos a taça, o berço da independência do Brasil simplesmente "parou" para cantar! Pessoas no vai e vem, com bandeiras empinadas nas mãos, encima das "capotas" dos veículos que nas ruas os pilotos buzinavam, uma anarquia geral, a política da conquista, da eletricidade, da pauta musical.
Depois que a copa do mundo teve seu deslinde, na verdade, aquele jingle nunca terá um fim, definitivamente o hino oficial da copa, continuamos a brincar na nossa ruazinha. E foi neste trânsito de disputa, dos inesquecíveis "pega-pega, esconde-esconde, queimada, corre-corre, ..." que conhecemos o "poetinha", seus pais, seus inúmeros irmãos, a grande família, igual a tua, como a nossa.
Se cansou de me mostrar suas poesias.
Einsten afirmou, dizem, não sei se é verdade: "só os monomaníacos conseguem aquilo que denominamos de resultados".
Se é mono ou não, o sujeito está no plural.
Se é mono ou não, o sujeito está no plural.
O povo brasileiro, noventa milhões em ação, decidiu que o Brasil levaria a copa naquele ano. Eu estava entre eles, e você, já era Vivo, Claro ou Tim?
Quem saberia dizer a quem pertence o hino ufanista da "eletricidade musical" da copa de 70?
Miguel Gustavo é nome que soa bem na Telefônica?
Vó-Azinha, a Aurora, me ensinou a fazer correntinhas.
"Noventa Milhões em Ação.
Pra Frente Brasil.
Do Meu Coração.
Todos juntos vamos.
Pra Frente Brasil.
Salve a Seleção.
De repente é aquela corrente pra frente.
Parece que todo Brasil deu a mão.
Todos ligados na mesma emoção.
Tudo é um só coração.
Todos juntos vamos.
Pra frente Brasil! Brasil !
Salve a seleção!"
"Wilson" me levou inúmeras vezes aos estádios de futebol.
E eu não sabia.
Tudo é uma questão de pura sintonia?
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