terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A DITA, OooH Dó, A DURA, Algumas, MILITAR, O Amado Professor.

As fardas nunca me surpreenderam, pelo contrário.

Achava simpático me deparar com algum integrante das forças armadas.

Ser a caçula entre uma "tropa" de dez irmãos teve suas vantagens e muitas desvantagens. Vez em quando minhas irmãs iam à escola para me defender das reguadas.

Mas se alguém me perguntar se vivi ou lembro da era da dita, a dura, o militar, responderei que meu professor de piano, o amado maestro, homem fardado, quase sempre aparecia uniformizado, gentil, atencioso e educado, sorrindo nos dava um alicate para que cortassemos as unhas, possibilitando que nossos dedinhos dedilhassem com desenvoltura as notas musicais em seus teclados.

Tinha um pouquinho mais de seis anos mas me lembro que dizia que o som de unhas em teclados não poderiam se sobrepor ao som da escala musical: "Corte as unhas antes de vir às aulas!"

Respondia: "Nunca terei unhas compridas?"

Falava: "Não!" 

Desde, então, tenho o hábito de unhas bem curtinhas.

Quando Ritinha foi presa, meio criança ou adolescente, perguntei se ele poderia salvá-la da perseguição musical. Apenas me sorriram em troca. Salve a Ritinha!


Algumas pessoas na família, entretanto, diziam que meu "Titio Paulo" foi perseguido pelos integrantes de uma "ditadura militar". Não sei se é verdade. Não me lembro muito bem desta parte.


Também me recordo de que as professoras na escola faziam muitos "ditados".

ooOOh Do! Vogal sem acento é melhor.


Sentada na primeira carteira, levei muitas reguadas na cabeça de uma tal professora "Lucila". A frequência era tanta que tive de reclamar na diretoria. Em represália, a "Lazzarenta", apelido que lhe deu a criançada, fazia chacota de meus lamentos em plena sala-de-aula.


Mas meu amado professor, o homem de farda, de olhar cativante, um sorriso constante, nunca alterou sua voz para nos ensinar o nome das bonitinhas bolinhas. Algumas vezes descia com seu carro pela "vilinha" e ao me avistar batendo figurinha na garagem de casa com a molecada, sorrindo avisava: "Não se esqueça que hoje tem aula!"


Lá saltava eu, feliz, para me arrumar.

▌│║▌║▌│█│▌║│█║█║│

Olhando no espelho, dizia: "Mãããe, os fios de meus cabelos estão elétricos!"

Em dia de sol, os céus me presentearam com raios ... Acredite, podem cair muitas vezes, sempre nos mesmos lugares. Depois de levar um baita susto, gritei: "Gracias, baby. Foi lindo!"


"Piracema! Vamos nós contra a corrente. Carregados de carinho!"


Aceita um cafézinho bem docinho?

Nenhum comentário:

Postar um comentário