domingo, 20 de dezembro de 2009

CARA-DE-PAU, O QUE DISSE O "A"?

Sorriam.

"Andréa" fez um vodoo do nosso melhor professor.

"" era sua cruz, dizia minha amiga.

Estava de exame no último ano da faculdade.

E todos só queriam sambar ao som das "Rosas de Ouro".

Como de hábito, todos os estudantes aguardam, por cinco anos, ansiosamente, em ser personagem desta festa lendária.

Ano após ano.

Esperar pelo fim, pela morte, é apenas uma preparação do que será "o depois" que se termina o curso.

Alguns gostam de dar o famoso "Pendura".

Mas "Pendura" tem todos os anos, a semana inteira de onze de agosto.

Com a vantagem de que você vai ser preso em grande estilo!

Os alunos querem a prisão decretada quando se aplica o "Pendura".

É divertido ser preso depois de dizer ao dono do restaurante que: "não vamos pagar a conta!"

É camburão prá cá, camburão prá lá!

Cirenes ligadas!

Metralhadoras empinadas!

E vamos prá cana!

Ah! As bebidinhas a gente paga!

O "Bota-Fora" não.

É uma vez só.

Alguns aguardam por muito mais tempo, como meu amigo "Soneca" que repetia cada ano duas ou mais vezes. Quando nos encontrávamos nos pátios, me dizia que gostava de fazer as coisas bem feitas, razão pela qual repetia inúmeras vezes os anos na faculdade ...

"Soneca" dizia: "Não queria sair da escola!"

E a questão é que ao final de cada ano letivo, eramos alvejados pelos alunos do último ano que estavam caindo fora e aguardavamos em ser os personagens da valsa de despedida na próxima vez ...

Alguns alunos dos demais anos letivos até entram na baderna e seguem o carnaval fora de época mas nada como o seu próprio "Bota-Fora".

E este dia não tem aviso, é segredo até acontecer.

Somente os professores do último ano são avisados da data que vai rolar a festa em virtude de que os exames finais e de recuperação serão realizados na semana a posteriori à despedida!

Eh! Vida Boa Universitária!

É amanhá! É amanhã! Não faltem!

Começava a rolar o aviso nas salas-de-aula no dia que precede a comemoração.

E ninguém quer mais saber de nada.

Câmeras prá cá, filmadoras prá lá, ensaios aqui, sorrisos ali.

Ai! Quero me despedir!

E é autorizada a largada do "Bota" ...

Os demais professores são pegos de surpresa pois, a vingança contra eles é um prato que os alunos comem frio durante cinco anos, principalmente pelos que foram deixados em dependência para o ano seguinte  ...

Uma despedida em super estilo.

Ao sabor de uma das Alas da Escola de Samba Rosas de Ouro.

Sempre digo que quando me formei, não tive com quem comemorar pois, todos os meus amigos estavam preocupados com seus exames. E minha amiga "Andréa" também estava em recuperação ...

Resolveu fazer um vodoo do "", nosso professor querido, que a deixou por meio ponto para exame. Engraçado era vê-la com seu bonequinho imaginário e uma agulha nas mãos espetando o pobre professor, o prêmio "".

E a razão que teria ficado para exame seria uma resposta "saco cheio" que escreveu na prova final. A questão era uma dissertação a uma consulta de um candidato a divórcio. O "A" dizia que queria se separar da mulher que titulamos de "B" e sua dúvida consistiria em saber quais os seus direitos na partilha ...

A consultada: "Andréa".

A dúvida: "O "A" e "B" querem o divórcio e partilhar bens!"

Conclusão: "E aí Andréa?"

O pretenso cliente teve uma sumária resposta: "A", você não tem direito algum. Tenha vergonha na cara. Deixe tudo para "B", sua esposa, que lavou suas cuecas e meias, cuidou de seus filhos, preparou seu jantar, enquanto você a traía, ficava bêbado nos botequins e tudo o mais. Saia de mãos abanando, me esqueça e não volte nunca mais!".

Por causa da brincadeirinha, "Andréa" foi relegada aos exames do "". Nada que lhe tirasse a satisfação de ter, segundo seus dizeres, defendido a outra parte e não o "A", um grandissíssimo cafajeste, bêbado e traidor da "B", que a consultara.

O professor: "Andréa, o que é isto?"

Davamos muitas risadas nos bancos universitários.

Também é verdade que quando algum professor falava em "despachos" visualizavamos "velas" de todas as cores, enormes cachimbos, colares e tudo o que um religioso tem de direito no exercício constitucional de seu credo.

Imagine a "Lady Kate", da Zorra Total, de estagiária e a vontade que tinhamos de rir quando despachavamos alguma petição ...

Sempre tive em mente esta canção.

É, é o ABC do Santeiro ...

E o que diz o "A"?

O "A" é sei lá.

E o "B"?

O "B" é não me interessa.

E o "C"?

O "C" é depois de esperar tantos anos me estressei, cansei, agora não quero mais, vai te catar!

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